20 novembro 2007

Ser o Negativo

As lagrimas são tão frias... ou serei eu que as sinto dessa forma...
A dor é tão intensa , o que é dor se não sinto mais nada...
Serei eu o negativo da razão... o que é razão sem saber o que é certo...
Quando penso e me obrigo a pensar, saberei eu interpretar ...
Hoje foi mais um dia de tantos outros... só não sei se valeu a pena vivê-lo...
As perguntas encaixam-se atormentando o respirar , mesmo sendo este tão fraco e sem força... ou é apenas a minha desistência por sorver o ar que me dá vida... não sei, estou sem respostas à minha própria duvida , eu própria ...

Vi as linhas do pensamento
Ao som da chuva que ecoava lá fora
Senti as horas da ansiedade
Sem te poder falar
E sobrevivi à angustia
Após saber a tua duvida
Sorri quando a morte passou...
Ontem vivia,
Carregava no peito a esperança
De um amanha perfeito
Sem questionar a perfeição...
Estou exausta dessa batalha
Aceito a negação
Como se eu fosse o negativo da vida
Porque a vida é vida
Quando tu me fizeste viver novamente...


Scorpio...

02 agosto 2007

Ouve o que vês...

Simulamos o beijo nas palavras, onde a procura do gosto fez a delicia do pecado da gula... seria evidente o desfecho da imagem, um tempo perdido no tempo de um passado que deixou apenas o gosto dos porquês .
Como seria se o tempo deixasse matar as horas de prazer que hoje torturam o sono, de um sono que não existe.
Tão vaga a sequência exposta... mas cada instante proporciona o apelo pelo amanha, numa corrida de metas fictícias onde o propósito é inalterável...
Saber lidar com a existência é aceitar mudo os erros do próprio viver... consentimos sóbrios os ciclos mundanos aplaudindo os sorrisos pérfidos. Somos fúteis transeuntes no caminho mais arcaico... a procura é em vão, as replicas da perfeição extinguiram-se e a palavra é vadia, usada em cada contexto conforme o cliente... Apetecia-me rasgar o português e escrever a essência das palavras com intensidade em cada letra... mas depois a frase seria explicita num contexto sem nexo onde eu acabaria no banco dos réus, julgada por profanar a mente que não me pertence... difícil resistir ao apelo de te sorver, pergunta após pergunta... faz cada pausa ser a resposta do que seria a resposta... e eu respondo no silêncio onde a voz só é audível se os olhos me lerem...

Scorpio

24 junho 2007

Talvez o amanhã...

O epicentro de um estado louco
Sem rosto...
Vivido num intenso sabor da duvida
Platónico, o sentido...
Revestido pela insegurança
De um dia conjugado no passado...
Ficou a imagem
De um desejo refugiado
Envolto na chama tormentosa
Da negação... de um talvez...
Será o que o amanha nos dá,
A incógnita...

09 abril 2007

Dor...

Seria o frio a razão
Medo...
Qual a sensação do frio
Emoção...
Quem define incubação
Nesta corrente interior,
Como purificar um estado pútrido
Penetrado no corpo
Sem resposta
Levando o ódio ao paladar...
E o que sinto
Se não sinto
Espero...
O peso das pálpebras
Cerram a imagem distorcida
Momento no negro familiar
Efeito de passagem pela quietude de um sonho
Onde o terror é impotente
E a espera é uma dor prazerosa...


Scorpio

27 março 2007

Meu tudo...


Angustia num desejo de amor
Numa entrega por um tudo
Onde a corda delineia o corpo como uma serpente
Deliciando o orgasmo da presa
Pelo sufoco de sentir
Na pele a marca, na carne a dor
No gosto, a palavra
Escrevendo na pauta
Notas para uma música
De um estado apaixonado
Sem som
O veneno consome
Alucinando o perfeito
Do que ficou , do que será
Ansiando o final
Delírio...
Amando ...


Scorpio

20 março 2007

Prelúdio

A caneta escorreu a tinta de tanto esperar para ser usada, acabou por secar, tal como a mente cansada que me veste. Talvez abandone o meu corpo, num sono hipnótico... e aí os meus distúrbios serão alimento da loucura, num momento lúcido, consentido... numa ausência aparente... não me entrego aos desígnios, apenas me permito.
A página sem cor, aguarda, mas eu escrevo em detalhes no registo da memória cada episódio, um após o outro... verdadeiras sequências cravadas a ferro, onde a dor é carinho, porque me faz sentir, e nesse instante sou vida, produto humano gerado sem consentimento... Curioso como o conceito de vivência se pode julgar, quem é o réu neste julgamento, apetece-me processar quem decidiu algo sem me consultar...
Quantos dias mais para a contagem de um final anunciado.


Scorpio

15 março 2007

Introspectiva...

E... sempre um e em cada frase
Separando o pensamento
Pautando ideias sucessivas
Neste controverso mundo lírico
Que tanto me fascina
Onde um e...
Tem a força da muralha
Ou do vento sem direcção,
Um e que me pára
Mostrando o tempo entre cada tempo
De um pensamento morto
Feito no momento de pausa...
E... revoltado sem coerência
De um cansaço acumulado
Absorve alucinado
No meu próprio egoísmo...
E ... assim fico
Num bailado sem som
Suspensa no acto de pensar... sustendo sem agir...


Scorpio

23 fevereiro 2007

Porque Eu Quero

No corredor da mente
Onde habitam os delírios
Os gritos entoam turvando a visão
Tudo faz sentido naquele corredor
Onde os reflexos do pânico não tem dor
Labirinto perfeito para tactear
Rasgar com as mãos...

Estou cansada do enigma que sou
De caminhar sem fim
Por um trilho desenhado pelo lápis da memória
Onde a borracha não apaga o tempo
Sugando a minha existência...
E se o meu grito for ouvido
Será que tu ouves
Sim tu... palavra que me acompanha
Num aglomerado número de frases
Compondo textos excêntricos
Ignorando em redor
Os olhos que furtam fragmentos meus...

Sou objecto de um texto
Delirando envolta de sons
Leio-me em poesia
Manchando de negro a literatura
Usurpando as palavras
Violo o direito de querer
E faço-o meu...

Meu...

Escrevendo com violência
Rasuro alienada
Tentando transcrever cada brado,
Dividindo a loucura que me assola
Na página deste dia...

Scorpio

02 fevereiro 2007

Sem fim...

Caminhando na neblina de um sonho, procuro a visão de uma saudade escondida...
No peito a traição... uma dor chamada vida
O abraço frio, guardado na eternidade da minha existência, alimenta a angustia de mais um dia, sem ouvir o eco do meu nome.
De mãos dadas com o tempo, enfrento a razão das palavras... páginas repletas de textos de uma história sem fim, preenchem o vazio de um futuro... sem amanhã.


Scorpio

26 janeiro 2007

Nós...

Entre espaços abertos, vazios... revestidos pela visão do nada, um estranho de nome sem som, furtou o nítido da imagem suposta. Momentos aqueles marcados num contexto invisual, de sabor tacteado a um gosto de esperança... Cruel sensação sorridente, marcada a sal numa tatuagem do tempo. Quantas vezes acordei sem nunca ter adormecido...
É assim que da clausura te grito sem medo do eco, neste patamar sem chão que tantas vezes foi prancha para o salto da vida...

Scorpio

18 janeiro 2007

Quem sou...





















Assassinos perfeitos
De silabas acentuadas
Habitam na clausura
No mais sóbrio Eu...
Sinto o corpo sem força
Entregue ao conflito
De uma busca sem procura...
Sem significado...
Um caminho conduzido
Na boleia do tempo
Sem hora de regresso...
Quem sou
O que sou
O que importa interrogar
Se a resposta perpetuar
O silêncio de uma morte...


Scorpio

09 janeiro 2007

Fim do presente...
























Promessa escondida
Feita do segredo impróprio
Condenada
Vivendo horas de mudança
Desejando o Beijo
O gosto do sangue
Único...
Da tua boca vou beber
A vida do amanhã
Pronuncio de uma morte
No percurso do ontem
Agora... neste presente
Cravo no peito a dor
Que um dia vivi...


Scorpio

03 janeiro 2007

Novo Ano... nos braços da saudade...






















Sorrisos apoteóticos
Cegaram o meu negro silêncio
Uma chuva psicadélica
Sem efeitos nefastos
Assombrou o céu
Alucinando um público convicto...

O momento esperado
Foi marcado por um ritmo decrescente
Trauteado em sussurros
Nos ecos de um interior
Onde a explosão foi exposta
Num delírio vocal...

Contemplar em redor
Era ver o espelho de um só ser
Apenas as cores se alteravam
E foi nesse instante
Que o cheiro destinguiu
O que os olhos não vêm
O abraço sem corpo
Deixou a marca sentida
Rasgando o meu sorriso
Na euforia que me dá vida
Onde cada etapa
É a razão de sentir...


Scorpio