31 agosto 2006

Exilios... de cor...




O vermelho ausente
Deixou o espaço aberto
Pinto cada letra com a cor da saliva
Palavras reais
Degustadas na minha boca...
Olho o texto e não me leio
Sinto cada letra cravada
Num contexto desorientado
Por palavras esculpidas
De aspecto gélido
Mas minhas...
Sinto a aragem do tempo
Um serrar de olhos
Faz o negro instante
A razão perplexa
De um espaço fechado
E como eu gosto do negro...
As palavras vestem-se
Pelas chamas do fogo
Um interior vermelho camuflado
Cheio de interjeições banais
Remitidas ao exílio...
Hoje sou pedra
Faço história na lápide
No caminho do teu sal...

Scorpio

30 agosto 2006

Eu...















Chegou o começo do fim
Um fim anunciado
No primeiro instante
E o que é o fim??
Não vou desenrolar o novelo
Cortar os meus dedos no arame
Deixar os vestígios do sangue
Expostos no tempo frio
Não vou arrefecer
O mais puro néctar
Fazendo-me escoar por um nada
Este não será o meu fim...
Revejo-me nas brasas
Escondendo o olhar
Fixo o chão
Com medo de amar
Quero tudo
Um encontro real
Feito de sentidos mundanos
Esquecer a moral
E deixar os enganos
Será o fim da penumbra
Um estado meu
Apetece-me o fim...


Scorpio

11 agosto 2006

Tempo sem tempo



Horas somadas num repertório
Que faz da vida parecer
Um ciclo obreiro
Entre ponteiros chefiados
Fazem o nosso tempo
Desaparecer sem nunca o vermos
Na salvação lúcida
Agarro as palavras
Como um oxigénio filtrado
Escondo as origens
Das cores reais que visto
Faço do meu trono
O relógio da vida
Bebo cada segundo
Cronometrando os meus delírios
Sem temer o veneno
De cada tempo limitado...




Assim sendo neste momento o tempo será só meu... (férias)
Aproveitem o vosso tempo...
Volto em Setembro...

Scorpio

04 agosto 2006

Ouve o som no tempo




















Vejo o deturpar da razão
De forma audaz me envolvo
A fonética perturba
Respiro controlada
Focando passos
As rajadas são poderosas
Embalam-me
Será o delírio o meu espelho...
O corpo ténue
Resiste indiferente
Um vulcão escondido
Guardado dos olhos vadios
Da baba canina
Deixo o rasto no aroma
Aos olhos do alcance
Nos trajes oculto o ser
Da luz mórbida do dia
Tu que me invades
Das escarpas noctívagas
Esconso ser singular
Emprenhas o desejo
Gerando raízes
Que devoram a matriz
Vem... não me temas
Sou soberana do meu arbítrio
Na psicose encastrada
Aguardo sem silêncio
Soprando na neblina
Ecos estrepitosos
Rogando a queda dos teus sentidos...
Scorpio

02 agosto 2006

O título da... vontade














Cravei o teu membro no meu dorso
No sentido figurado da palavra
Senti o verbo real
Voei no encontro
Das palavras degeneradas
Rompi a moral
Bebendo do Santo Graal
O veneno do teu esperma
O delírio profanou os costumes
Uma chuva de sinos
Invadiu o horizonte
Anunciando a chegada
Espero arrogante
Desviando o olhar
Procurando o desafio
Do titulo alucinado
Vontade enlouquecida
Que ferve oprimida
Entre tecidos presa
Continuo e enfrento a barreira
Quero sentir o poder
Tatuar o muro
Em cada investida
Deixar cada gemido
Ser a nota do sentido
Rasga-me em palavras
E encontra a resposta...

Scorpio