27 março 2007

Meu tudo...


Angustia num desejo de amor
Numa entrega por um tudo
Onde a corda delineia o corpo como uma serpente
Deliciando o orgasmo da presa
Pelo sufoco de sentir
Na pele a marca, na carne a dor
No gosto, a palavra
Escrevendo na pauta
Notas para uma música
De um estado apaixonado
Sem som
O veneno consome
Alucinando o perfeito
Do que ficou , do que será
Ansiando o final
Delírio...
Amando ...


Scorpio

20 março 2007

Prelúdio

A caneta escorreu a tinta de tanto esperar para ser usada, acabou por secar, tal como a mente cansada que me veste. Talvez abandone o meu corpo, num sono hipnótico... e aí os meus distúrbios serão alimento da loucura, num momento lúcido, consentido... numa ausência aparente... não me entrego aos desígnios, apenas me permito.
A página sem cor, aguarda, mas eu escrevo em detalhes no registo da memória cada episódio, um após o outro... verdadeiras sequências cravadas a ferro, onde a dor é carinho, porque me faz sentir, e nesse instante sou vida, produto humano gerado sem consentimento... Curioso como o conceito de vivência se pode julgar, quem é o réu neste julgamento, apetece-me processar quem decidiu algo sem me consultar...
Quantos dias mais para a contagem de um final anunciado.


Scorpio

15 março 2007

Introspectiva...

E... sempre um e em cada frase
Separando o pensamento
Pautando ideias sucessivas
Neste controverso mundo lírico
Que tanto me fascina
Onde um e...
Tem a força da muralha
Ou do vento sem direcção,
Um e que me pára
Mostrando o tempo entre cada tempo
De um pensamento morto
Feito no momento de pausa...
E... revoltado sem coerência
De um cansaço acumulado
Absorve alucinado
No meu próprio egoísmo...
E ... assim fico
Num bailado sem som
Suspensa no acto de pensar... sustendo sem agir...


Scorpio