30 outubro 2006

... Para Sempre

















Ventos desorientados
Violentam corpos sem voz
Enaltecendo o poder eminente
Que lhe foi atribuído...
Eu, assisto bailando em ti
Entrego-te a dor
Rodopiando gritos cegos
Na passagem do meu intimo
Sorrindo no teu olhar...
E aí... a razão tempestuosa
Domina a voragem dos sentidos
Um negro abraço
Invade o silêncio numa valsa
Penetrando o corpo no avesso

Para sempre

Sensação tatuada
No gosto da minha voz
Um aroma cravado
No hálito do teu rasto


Scorpio

24 outubro 2006

Palavras que me vestem...



















Do dia fiz noite
Soltei a voz no silêncio
E na escrita eternizei
Um complexo de palavras

Vesti o corpo
Desígnio que me acompanha
Delineando sombras de um vulto
Escondido no exposto

Olho o espelho
Vislumbro a imagem...
Misto de traços funestos
Encobertos no sorriso
Um olhar sublime
Numa voragem interior
De uma queda constante...

Sou Deusa no altar
Aceito a aliança do fogo
Um marco tatuado
Entrelaçado por veias q se fundem...

A noite chegou
Findou os meus desvarios
Perpetuando no papel
Letras cruentas
Camufladas pela leitura
De olhos cândidos...


Scorpio

19 outubro 2006

Pálpebras do tempo...











Rasgados enfrentam a luz
Expostos ao tempo
Obrigados a ver
Sem voz nas pálpebras
Choram incrédulos
Na imagem da vida

Entre ecos
Vi...
Selei os lábios
Apaixonei-me...
Silencioso o instante
Arrastou a dor
Tornando leve
As vozes que se faziam ouvir

O fim chegou
Lacrou o momento
Na ausência
Deixando o cheiro
Que me abraça
Na saudade que me faz sorrir



Scorpio

11 outubro 2006

Meu mundo...























Coloco cada palavra escondida
No túmulo do medo
Faço do meu dialecto
As ruínas da memória
E assim vivo neste instante
Ausente do tempo real
Fácil fechar a vida
No contexto do meu mundo
Ser escrava do passado
E rainha da razão
Gerir cada imagem
Sentindo o cheiro
Sorrir na saudade
Consciente da porta que abri
Sou vida
Num ciclo que vive
Camuflando delírios
Nas verdades dos outros
Recolhida num abraço meu...


Scorpio

05 outubro 2006

Espero...



Tropecei no meu caminho
Sem perder o sorriso
Estou imune à solidão
Faço da queda a dança
Abraçada nos braços do silêncio...
Repouso o pensamento
Nos delírios da visão
Ouço cada palavra
Revestida no devido tom...
Sorrio,
Talvez o mais puro de mim...
Liberta de aspirações
Respiro sufocada
Na ânsia de cravar os dedos
No peito que é meu...
Sim ... estou cega
Envolta na única luz
Aquela que me veste
E desnuda no olhar
Não me olho
Entrego-me na espera...

Scorpio