23 fevereiro 2007

Porque Eu Quero

No corredor da mente
Onde habitam os delírios
Os gritos entoam turvando a visão
Tudo faz sentido naquele corredor
Onde os reflexos do pânico não tem dor
Labirinto perfeito para tactear
Rasgar com as mãos...

Estou cansada do enigma que sou
De caminhar sem fim
Por um trilho desenhado pelo lápis da memória
Onde a borracha não apaga o tempo
Sugando a minha existência...
E se o meu grito for ouvido
Será que tu ouves
Sim tu... palavra que me acompanha
Num aglomerado número de frases
Compondo textos excêntricos
Ignorando em redor
Os olhos que furtam fragmentos meus...

Sou objecto de um texto
Delirando envolta de sons
Leio-me em poesia
Manchando de negro a literatura
Usurpando as palavras
Violo o direito de querer
E faço-o meu...

Meu...

Escrevendo com violência
Rasuro alienada
Tentando transcrever cada brado,
Dividindo a loucura que me assola
Na página deste dia...

Scorpio