22 dezembro 2006

Boas Festas

Um beijinho a todos
Divirtam-se...

14 dezembro 2006

Fiel a si mesmo...

Falavam de vida interrogando
Semeando fungos pela saliva dispersa,
Um encontro de hálitos
Onde os contextos vazios ecoavam...
Nos espelhos embaciados
Os germes reflectiam
O que o fruto do homem alcançava...

Seria o momento de agir
Rejeitar a razão
Unir o aço na carne
Abrindo a corrente do diluvio vermelho
Entregar a arma à coragem
Decisão irrevogável
Num acto de respeito...

E agora no silêncio
Contemplando impotência
Fala-se de morte... interrogando
Esquecendo os porquês
De um guerreiro que fez jus
Àquilo que era seu...


Scorpio

11 dezembro 2006

Fria... (vida sem registo)
























Atravesso a vida sem chão
Suspensa como uma rocha flutuante
O vento desafia o percurso
Inexorável tentativa
Onde nada abala o desígnio...
Ouço cada estalada que não sinto
Dor desejada no sentir
No entanto só o som a anuncia...
Continuo caminhando
Negando a existência
Rejeito afecto gratuito
“Uma parede “
talvez...
Construção anacrónica
De um corpo sem anos
Feito numa vida curta
Persistente no intuito...
Sou apenas o que resta
De um tempo longínquo...


Scorpio

09 dezembro 2006

Estátua da memória

Traços de um rosto
Desenhado na memória
Esculpido nas lagrimas... secas
De uma saudade eterna

Na melodia do cinzel
O tempo faz arte
Puro desespero cristalino
De um cansaço silencioso
Em busca de um fim
Num amanhã enfermo
De uma vida cálida...

Horas pertinazes
Fazem ecos
Protelam a razão... minha
De um ciclo negro
Num jardim de sepulcros
Onde cada vitória jaz


Scorpio

04 dezembro 2006

Sozinha (comigo)...









Encontro prometido comigo
Num vazio cheio de mim
Respiro-me...
Sei cada expressão que não vejo
Sinto cada emoção só minha
Sou eu...


Abro o peito dilacerado
Ferido numa vida morta
Cicatriz imperfeita
Que reveste o corpo...
Entrego-me nas horas sem tempo
Mergulhando a cada queda
Onda após onda
Esqueço o pensamento
Sou livre
Numa viagem salgada
Sem o calor da vida
Desafiando a raiva do mar


Deito-me no colo da terra
Agonizando regelada
Suspiro sorrindo...
Fecho os olhos da mente
Escuto o silêncio
De uma saudade sem corpo
Mas tão sentida...


Scorpio