02 agosto 2007

Ouve o que vês...

Simulamos o beijo nas palavras, onde a procura do gosto fez a delicia do pecado da gula... seria evidente o desfecho da imagem, um tempo perdido no tempo de um passado que deixou apenas o gosto dos porquês .
Como seria se o tempo deixasse matar as horas de prazer que hoje torturam o sono, de um sono que não existe.
Tão vaga a sequência exposta... mas cada instante proporciona o apelo pelo amanha, numa corrida de metas fictícias onde o propósito é inalterável...
Saber lidar com a existência é aceitar mudo os erros do próprio viver... consentimos sóbrios os ciclos mundanos aplaudindo os sorrisos pérfidos. Somos fúteis transeuntes no caminho mais arcaico... a procura é em vão, as replicas da perfeição extinguiram-se e a palavra é vadia, usada em cada contexto conforme o cliente... Apetecia-me rasgar o português e escrever a essência das palavras com intensidade em cada letra... mas depois a frase seria explicita num contexto sem nexo onde eu acabaria no banco dos réus, julgada por profanar a mente que não me pertence... difícil resistir ao apelo de te sorver, pergunta após pergunta... faz cada pausa ser a resposta do que seria a resposta... e eu respondo no silêncio onde a voz só é audível se os olhos me lerem...

Scorpio