28 novembro 2006

Alguém na solidão...


Ser o vicio do vicio
Alimento inebriante
Que sustem calvários
Penoso ar que circula
Num trajecto limitado

Abro os braços na escuridão
E mergulho no mar do abismo
Um voo sereno amortecido
Reflectido num eco sorridente
Audível no silêncio
Sinto-me viva... sem vida

O abraço liberta o frio
Traje humano inopinado
Sabor real cálido
Momento na solidão
Numa dança sem ritmo
Mas nos braços de alguém...

Scorpio

M... (de tantas palavras)...





Num infinito cruzado
Quando as mentes se encontram
As roupas do pensamento
Vão caindo...
Cortinas do corpo
Escondem a demência do sexo
Despidos vestem-se
Encontram a simbiose
Num estado nu... verdadeiro
Sorvem paladares em diálogo
Diferenciando aromas
Misturados num copo de whisky
Onde o liquido presente
Tem o travo da vodka...
O álcool perde-se
Absorvido pelo corpo
Entregue num mesclado
Contexto de desejos
Sorvidos pelo silêncio
Ocultos no olhar...
Contacto... propósito do tempo
Onde cada hora que passa
Enaltece a razão
De uma fusão sem orgasmo...

Scorpio

24 novembro 2006

Labirinto Silencioso

Abriu o peito rasgando a sua dor
Expondo o grito da raiva contida
Isolado de um mundo alheio à sua visão
Arrasta seu manto negro
Convicto dos seus desígnios
Escuro nas entranhas
Atroz no olhar
Na voz... suprema, declama horrores
Inferência do ser oculto
Escondido atras das pálpebras
Aqui se constrói o labirinto
Das palavras que perdi
Percorro cada caminho procurando
O sentido do epicentro
Não temo o tempo caliginoso
Fruto do silêncio imperfeito
Aceito a intempérie
Mas crucifico saudades meditadas
Dor ...
Sentimento escrupuloso
Palavra terna
Revestida de afecto
Pronunciada com respeito
Velada na vida real...

Scorpio

20 novembro 2006

Palavras mortas













Dias sem fim
Crucificam o pensamento
Numa ortografia cuidada
Rasurada na imagem reflectida
De cada palavra lida
Revestida de sentidos inexistentes ...

Qual o valor do contexto
Se fecharmos a porta

Renunciar emoções
Obliterar cada desejo
Faz do real
A utopia da pontuação
Anulando cada exclamação
Para um ponto final
Dando termo ao momento
Que se alastrava...
Tudo findou
Se alguma vez existiu
E neste texto a caligrafia
É sombreada pelo calor
Do ultimo ar expelido...



Scorpio

15 novembro 2006

Viajo no meu caminho...


Trilhos sem destino
Ou será trilhos com destino,
O que é o destino
Traçado de algum trilho...

Não me atropelo nestas sínteses
De conceitos básicos
Não esmoreço em conceitos...
E nestas negações
Construo o meu cepticismo,
No entanto...
A viagem alenta-me
O processo da incógnita
De sabor viciante
Desafia a minha fome
Do sentido oculto,
Deleito ousado... primário
Que me embala sôfrega
Num desejo imune...

E assim vou conduzindo
Delineando barreiras
Perante as ossadas
Das estatuas vivas
Um caminho promiscuo
Trajado em tons de ébano
Mas tão familiar...

Scorpio

08 novembro 2006

Negro Sereno...






























Luz que afoga o negro da esperança,
Manto de sentimentos
Vestem o corpo da vida
Dando termo à sua existência...
Resistir é cruel
Uma luta desigual faz vencidos
Triste ver o sorriso da esperança
Amarrado num silêncio
Onde o frio da união
Gela o corpo agonizado...

Nestes corredores de éter
O branco reluz
Mas é no negro
Que o descanso emerge...



06 novembro 2006

Dia Seis de Novembro

Dia de sangue
Marcou o momento de um ser...
Lagrimas no rosto mais belo
Aquietou a dor de um parto
Na visão do seu fruto,
Queria lembrar aquele olhar...

O corpo cresceu
Amando o tempo
Dos braços do afecto,
Porto seguro da dor
Dos dias salgados...

Hoje serás tu o marco do meu dia
Lembro cada vela acrescentada
Sorrindo nos teus olhos
Hoje... sorrio
Conheci o sentimento
O prazer de viver
Sei escolher cada caminho
Sem ter medo de morrer
Hoje... é o nosso dia mãe...


Scorpio